sábado, 19 de fevereiro de 2011

A um passo de revolucionar a física e salvar a vida no Planeta, Mário Novello ainda é atingido pelo descaso de nossa ciêनकिया.




Mário Novello é hoje a individualidade mais importante do Planeta. E o será até morrer, e muito provavelmente por um bom tempo depois de morrer. Parafraseando Cazuza, “ele é o cara”. Cosmólogo renomado, ele é há um bom tempo o cientista mais merecedor e credenciado para receber o Prêmio Nobel de Física. Brasileiro, 67 anos, vem de fazer importantíssima comprovação científica (a força da gravidade tem massa) e está muito próximo de outras que, combinadas, irão com certeza revolucionar a física e fornecer as pistas para que possamos salvar a vida no Planeta, hoje tão ameaçada, mudando os rumos da humanidade mais do que todo o legado deixado por Einstein. Novello deveria ser tombado como parte fundamental e decisiva do patrimônio histórico-científico da humanidade. Entretanto, há um descaso no Brasil e de nossa ciência para com ele, ou seja, para com a ciência autêntica, mancha indelével na história contemporânea suficiente para envergonhar a espécie humana.



Em tempos recentes, Mario Novello comprovou, com necessário rigor científico, que o gráviton tem massa. Gráviton é supostamente a menor partícula da gravidade. O alcance de tal comprovação, devastador no bom sentido, ainda não foi devidamente avaliado nem compreendido pela maioria dos cientistas brasileiros nem pela mídia brasileira especializada em ciência e muito menos pela nossa opinião pública.



O País ainda não sabe que se trata de comprovação decisiva e essencial à humanidade, vinda de brilhante cientista brasileiro. Desde antes de 2004, quando foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Lyon, Novello vem recebendo aplausos e sendo reconhecido pela comunidade científica internacional. No Brasil, não.



Suas comprovações estão carregadas do frescor de que a ciência tanto necessita para elucidar os dados de realidade, o que garante ao homem ser vitorioso no seu empenho pela sobrevivência da espécie.



Ao provar que a gravidade tem massa, Novello deu passo decisivo para decifrar finalmente o enigma da realidade e revolucionar a física. A comprovação dele é também o primeiro passo na luta para salvar a vida no Planeta, fortemente ameaçada, além do que permitirá à ciência demonstrar que a realidade pode ser, sim, explicada e é bem diferente da que concebemos até aqui. Tudo isto é fácil de entender, como você vai ver a seguir.



A importância de Mário Novello



Com sua comprovação de que o gráviton tem massa, Novello ficou muito próximo de demonstrar que não existe o vazio absoluto, ou melhor, que não existe o nada absoluto, em suma, que não existe o vácuo absoluto e que tudo é massa.



Ora, toda a física se assenta na noção de que há o vazio absoluto, o nada absoluto, o vácuo absoluto, enfim, que há espaços sem massa. Mas a mesma física já comprovou que todo espaço onde se supõe haver o vazio é instável, ou seja, é composto de massa. No momento em que comprovar cientificamente isto, e tenho certeza de que conseguirá, Novello terá aberto caminho para explicar finalmente a realidade e, a partir daí, salvar a humanidade.



Se não existe de fato o vazio absoluto, como se supõe, claro está que todos os espaços vazios encontráveis na realidade são relativos, como formulo intuitivamente em meu livro Miséria da Ciência (cópia em pdf, inclusive com versão em inglês, disponível em meu site www.virobscurus.com.br). Estará provado, assim, que os vazios só existem em relação às proporções da matéria observável nesses mesmos vazios e que por eles transita.



Estará confirmado também que, a rigor, eles não são espaços vazios, mas sim vazios apenas para as massas que por eles transitam. E que serão igualmente massa em outras dimensões e proporções inferiores. Ou seja, todo vazio é sempre massa, ainda que em menores proporções e dimensões. E a matéria que transita por esses vazios depende justamente da existência deles para ser e existir. A comprovação científica desta descoberta muda toda a nossa concepção do mundo!



Vamos a um exemplo, o do imenso espaço vazio existente entre o Sol e a Terra. Este espaço só é vazio em relação às dimensões do Sol, da Terra e de todo o sistema solar. É por esse vazio que o Sol, a Terra e todos os corpos do sistema solar transitam e podem assim existir. Se for possível ir a dimensões bem inferiores desse mesmo vazio por onde transitam Sol e Terra, descobriremos que todo ele é massa. E que esta massa é também povoada por seus espaços vazios, os quais lhes são proporcionais e pelos quais ela transita.



EM RESUMO, A REALIDADE É COMPOSTA SÓ DE MASSA E DE VAZIOS EM MEIO AOS QUAIS ESSA MASSA SE MOVE. SÓ QUE ESSES VAZIOS SÃO MASSA TAMBÉM, AINDA QUE EM OUTRAS DIMENSÕES E PROPORÇÕES.



Mais um exemplo: entre você e a pessoa que está ao seu lado existem espaços vazios, pelos quais ambos se locomovem. Mas eles só são vazios em relação a você e a essa pessoa. Se você puder ser reduzido a dimensões menores desses mesmos espaços vazios e conseguir chegar a tais níveis e proporções, verá que eles são também pura massa (contêm moléculas de água etc.), ainda que em tamanho bem inferior ao de você e da pessoa ao seu lado.



Por que existem tais espaços vazios que são sempre massa, ainda que massa em outras dimensões e proporções? Eles existem para que essa mesma massa possa por eles transitar e, assim, afirmar-se positivamente, ser e existir, de onde podemos concluir que a matéria é sempre massa em movimento, transitando por espaços vazios perfeitamente dimensionados para que tudo nele se processe e se realize. Enfim, tudo é massa, até mesmo o vazio. Não existe nada sem movimento, portanto, não existe vazio que não seja massa em processo, nos seus mais variados e infinitos níveis.



O movimento é, assim, condição de existência da matéria, sem o qual ela não existe. E, para se movimentar, toda massa precisa de espaços vazios que sejam vazios apenas em relação a ela. Ou melhor, sejam vazios adequados e modulados para ela, de tal maneira que essa mesma massa possa ser e existir.



Tanto a massa orgânica quanto a inorgânica nunca deixam de estar em movimento. E é por estarem assim, em movimento, transitando pelos espaços vazios, que elas existem e interagem na realidade, a partir dos eternos choques de contrários (princípio dialético).



Assim, o universo que temos aí ---- tanto o observável quanto o que ainda não conseguimos alcançar nem por telescópio ---- não passa de amontoado de massas imbricadas umas nas outras, em proporções, níveis e dimensões diferentes. Vale repetir, são massas que estão sempre em processo, ou seja, em ação e interação, transitando pelos espaços vazios em que podem se locomover e, assim, ser e existir, em constante transformação.



São massas que nunca param de se modificar, uma vez que estão sempre em trânsito, passando de uma condição para outra, como versa a melhor e a mais fina dialética. Que fique bem claro, tais espaços vazios também são massa em outras dimensões e proporções, possibilitando que aja e interaja, enfim, que exista, compondo o universo.



Se isto vier a ser cientificamente comprovado por Novello ---- que o vazio absoluto não existe e é assim relativo como se supõe ----, poderemos facilmente concluir que os corpos celestes desse universo observável formam um todo coeso que ainda não sabemos qual é, mas que poderemos perfeitamente conhecer um dia. Enfim, compõem uma primeira totalidade passível de ser conhecida. Uma unidade que só a atual pesquisa científica de Novello serve como ponto de partida para nos levar a um dia identificá-la e explicá-la.



Em tempos remotos, o homem acreditou que a Terra acabava no horizonte mais longínquo, onde havia gigantesco buraco pelo qual despencavam todos que a ele acorriam. Só depois descobrimos que a Terra é arredondada e forma uma totalidade. Séculos mais tarde, descobrimos que a Terra, a Lua e o Sol pertencem a outra totalidade, bem mais ampla e complexa, o sistema solar. Em seguida, constatamos que o sistema solar pertence a uma totalidade ainda mais ampla e complexa, uma galáxia, e assim por diante.



Agora, nossa próxima etapa é descobrir a qual totalidade pertencem todos esses corpos celestes observáveis (galáxias etc.). O que eles formam? Seria um simples pelo de uma marmota gigante nadando num imenso oceano cósmico? O fragmento de uma bola de futebol que algum ET imenso chuta num jogo eletrizante entre os times do Céu e do Inferno, num estádio localizado num ponto qualquer da dança do universo?



A ciência autêntica já provou: tudo é composto e síntese de muitas determinações (muitas causas), como versa também a dialética mais fina. Portanto, tudo é parte de algo maior e mais complexo, e que também é coeso e em processo. Ou seja, nada é uno, formado por um único componente material indivisível, até porque massa assim não existe na realidade.



A própria molécula de água tem hidrogênio e oxigênio. Se você examinar cada um de seus átomos, verificará que são mundos complexos formados por um sem-número de partículas. E que cada um compõe, em suas dimensões internas, vastíssimo e complexo universo coeso a que chamamos de átomo. E que o átomo está imbricado em outros universos ainda mais complexos (como a molécula), que por sua vez formam células, depois órgãos e assim por diante, numa sucessão infinita de totalidades cada vez maiores, orgânicas ou não.



Dessa forma, os corpos celestes que aí estão são também partes e componentes de uma totalidade finita gigante que podemos e temos o compromisso de desvendar. Afinal, é essa totalidade finita, com seus traços e características específicas, que dita as regras e as normas (uma espécie de ética natural) a que todos devemos nos submeter e respeitar (como as leis ambientais etc.), sob pena de acelerarmos mais ainda a destruição da vida no Planeta.



Eis, portanto, a mais nova e importante tarefa da humanidade, o nosso próximo descobrimento: entender e definir o que é essa primeira totalidade, que bicho é esse. E as comprovações de Novello estão abrindo caminho para que a humanidade possa chegar lá mais rapidamente. Esta é a missão histórica do cientista brasileiro, e ainda há quem se oponha a ele, mesmo na própria comunidade científica.



Obviamente, essa totalidade finita a que pertencem a Terra, o Sol, as galáxias etc. estaria imbricada em outras, perfazendo uma sucessão infinita de totalidades finitas que se interagem, compondo a dança do universo. Isso nos leva a concluir, como já fez Novello, que o universo é infinito e eterno, ou seja, que ele não tem origem nem começo, muito menos meio e fim, e no qual não existe o vazio absoluto e tudo é massa, apenas que em dimensões e níveis distintos.



Ou melhor, nos leva a crer que não existe um único universo, mas sim infinitos universos (multiverso) com seus espaços vazios, todos eles extremamente complexos e imbricados entre si. São unidades finitas que, em interação em níveis distintos, compõem a realidade cósmica infinitamente maior e mais complexa do que esse universo atualmente observável.



O criacionismo não se sustenta



Por todos esses motivos, não dá para aceitar, por exemplo, a existência de uma inteligência superior que teria criado o mundo, a que chamamos de Deus (criacionismo). Essa primeira totalidade pode ser tudo, menos uma entidade com inteligência superior capaz de ter dado origem ao universo, até porque esta primeira totalidade não passaria de mais uma em meio a um número que não acaba mais (infinito) de totalidades finitas maiores e mais complexas.



Caem por terra, também, a partir das comprovações de Novello, teorias em vigor e hoje na moda, como a das supercordas, segundo a qual o universo é composto por imensas cordas em vibração, defendida por exemplo por Stephen Hawking (tais cordas podem realmente existir, mas nunca serão todo o universo, que é obviamente muito maior do que isso).



Vão por terra igualmente noções como a de que o neutrino ---- partícula ínfima e invisível que atravessa todos os corpos sólidos e muito raramente colide ----, não tem massa (Novello foi o primeiro cientista a dizer que o neutrino tem massa, há cerca de trinta anos).



Ficam insustentáveis, ainda, a ideia de que o Big Bang deu origem ao universo, a partir do nada (como isto é possível, se o Big Bang é supostamente apenas um fenômeno de proporções irrisórias diante do universo infinito que aí está?); e também a noção de que o universo está em expansão (como pode isso, se o verdadeiro universo em expansão, este por nós observável, é quase nada diante dos universos infinitos que aí estão e que tanto podem se encontrar em expansão quanto em contração?).



Enfim, com tais comprovações de Novello, as contas finalmente irão se fechar, na medida em que conseguiremos explicar o universo e baterá coisa com coisa. As contas irão se fechar, com Novello, porque ele terá demonstrado que, na verdade, elas nunca se fecham, na medida em que jamais poderemos dizer o que é efetivamente (e muito menos dimensionar) o verdadeiro universo, ou seja, nunca poderemos explicá-lo nem medi-lo, posto que ele é infinito e eterno. Sempre haverá algo para além do que descobrirmos.



O máximo que podemos saber é que o universo é composto por uma sucessão infinita de totalidades que se imbricam umas nas outras, e que sempre haverá uma totalidade maior na qual um sem-número de totalidades estará imbricado, perfazendo um todo invariavelmente mais complexo. E também que sempre haverá totalidades menores, as quais, imbricadas e em trânsito nos seus espaços vazios, formarão totalidades ainda maiores e mais complexas.



Por que Novello incomoda



Como se vê, Novello é uma pedra áspera e pontuda no sapato da ciência oficial. É por todas essas razões que não o deixam trabalhar em paz, obstaculizando suas pesquisas. A carreira do cientista brasileiro sempre esteve marcada por pressões e boicotes, como se ele fosse o grande vilão da ciência contemporânea, a oficial que aí está, toda ela comprometida com o establishment, fato do qual a maioria dos nossos cientistas ainda não se deu conta.



Pior é que Novello é esse vilão, o que explica o descaso e os óbices que tem sofrido até aqui, um retrocesso no avanço da ciência verdadeira. E explica também por que a mídia especializada em geral ---- salvo raras exceções ---- mal conhece o cientista e, se o conhece, não sabe dimensionar nem alcança a importância de suas comprovações científicas.



A verdade é que, ao contrário de Einstein, que era um cientista clássico do establishment, Novello é demolidor. Não que não seja também cientista do establishment como outro qualquer, pois é impossível deixar de sê-lo. Não dá para fugir da realidade que aí está. Vivemos todos neste mundo, não no do além. Porém, Novello não está na oficina para conservar e fazer a manutenção do status quo, como a maioria esmagadora dos cientistas, mas sim para restabelecer a verdade. Ou seja, para produzir ciência autêntica.



Se Novello também é parte do establishment, tem plena consciência disto. Já percebeu toda a irracionalidade em que o establishment se assenta e se meteu. Sua missão é restabelecer a verdade para salvar a vida no Planeta, hoje na iminência de destruição. É visível que caminhamos a passos largos para acabar com todas as formas de vida aqui na Terra, e o cientista brasileiro está entre os raros que podem iluminar o caminho e impedir isso.



Nessa sua luta para resgatar a verdade, Novello tem se deixado guiar unicamente pela razão. Embora saiba que o establishment, nas suas mil faces, é responsável por todo esse progresso material e das ciências que tivemos até aqui, Novello está ciente também de ser muito difícil fazer ciência autêntica na sociedade regida pelo capital, principalmente na que temos hoje no País. Entende que todo esse avanço tecnológico, ao mesmo tempo em que traz benefícios à humanidade, tornou-se nos últimos 50 anos altamente corrosivo e destrutivo e pode acabar com a vida no Planeta mais cedo do que se imagina.



Tomemos o exemplo do automóvel, emblemático no que contém de irracional. Só nos Estados Unidos, existem hoje mais de cem milhões de veículos no tráfego. Cada um deles implicou vasta destruição ambiental, não só porque poluiu o ar, mas principalmente nos itens que foram extraídos da natureza para sua produção e uso (matérias-primas etc.).



Isto sem contar com o desperdício que tem sido a produção capitalista de uma maneira geral. Só os cemitérios de automóveis, aos milhares apenas nos Estados Unidos, são depositários de sucata de todos os tipos, acumulando incalculável destruição ambiental. Se o capital continuar nessa sua exasperada aventura de devastação e desperdício, a Terra certamente não suportará nem durará, antevendo-se fim trágico para a humanidade.



Além disso, a ciência produzida no Planeta restringe-se hoje à criação de produtos altamente vendáveis e rentáveis, até mesmo para a cura de doenças terminais. Acontece que ---- Novello já o percebeu ---- o formato-produto, que tantos benefícios e progresso tem trazido à humanidade, não mais satisfaz.



A maioria dos males e problemas em que a humanidade se meteu não encontra solução no formato-produto. Exige, quase sempre, que as causas dos males sejam antes detectadas por completo para que os problemas possam ser solucionados e os males debelados. O formato-produto, nesses casos, só serve de paliativo e nunca permite acabar com os males pela raiz.



Por todas essas razões, Novello deveria receber apoio incondicional e não rejeição e descaso da comunidade científica nem da mídia especializada em ciência. Principalmente, dos cientistas brasileiros, com quem sempre quis repartir as tarefas e também partilhar os méritos e honrarias, até porque assim, unidos todos em torno desse objetivo maior, fica sempre mais fácil chegar lá.



Na verdade, os cientistas deveriam ir com ele, e na dele, cada um em seu campo, seguindo incondicionalmente seus passos. Não só para dar sua valiosa contribuição, mas para não deixar que ele saia de rumo ou se desvie. Ainda mais agora que o mundo volta a rondar a possibilidade de hecatombe de proporções universais, com o avanço das armas nucleares no Irã e na Coréia do Norte.



É imperativo que Novello continue nesse caminho, que é correto, e receba toda ajuda possível. É o futuro da humanidade que está em jogo. E depende muito dele. O cientista está aberto a todos. A menor colaboração sempre foi bem-vinda porque o tem auxiliado muito nessa dura, porém alentadora, empreitada em busca da verdade. E salvar o Planeta e a humanidade não é, em absoluto, empreitada para uma só individualidade.



Mas a resistência continua. Hoje, Novello é, sem exagero, novo Galileu, porque suas comprovações têm o mesmo alcance, se não maior. O problema é que ele tem também sua Igreja Inquisidora trabalhando contra: o anacrônico establishment, com um número significativo de cientistas conservadores e mantenedores da ordem estabelecida opondo resistência, levados pelo ciúme, pela inveja e principalmente pela inconsciência.



Novello é até mais do que Galileu, é um novo Cristo, na medida em que encarna a individualidade que está mais próxima da verdade e da luz, no momento. Ninguém mais consegue chegar ao completo desvendamento da realidade sem passar por ele ou trilhar seu caminho, fato que começa a ser reconhecido fora do País, mas não ainda no Brasil.



Hora de acordar. Novello nunca se fechou em copas nem quer exclusividade nas descobertas e comprovações. Pelo contrário, sempre partilhou com os alunos e os cientistas que o acompanham os méritos de seus achados. Até quando o Estado brasileiro e nossa realidade vão continuar a não lhe dar a devida importância? Por favor, vamos blindar Mário Novello. E apostar no seu caminho. Abraços a todos, Tom Capri.

Tudo sobre Mário Novello

Recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Lyon, França, em 2004, e de doutor em física pela Universidade de Genebra, na Suíça. Fez pós-doutorado no Departamento de Astrofísica da Universidade de Oxford, Inglaterra. É autor de inúmeros trabalhos científicos publicados em revistas internacionais e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), instituição do Ministério da Ciência e Tecnologia e coordena a seção brasileira do Centro Internacional de Astrofísica Relativista (Icra), com sede na Itália.



É o criador, em 1978, da Escola Brasileira de Cosmologia e Gravitação. Autor de livros como “Cosmos et Contexte” (Paris, Ed. Masson, 1987); “O círculo do Tempo: um Olhar Científico sobre Viagens Não-convencionais no Tempo” (Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1998); “Os Sonhos Atribulados de Maria Luísa” (Rio de Janeiro, Zahar, 2000); “Máquina do Tempo” (Rio de Janeiro, Zahar, 2005); “O que é Cosmologia” (Rio de Janeiro, Zahar, 2006), e agora “Do Big Bang ao Universo Eterno” (Rio de Janeiro, Zahar, 2010), entre outros.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Como cuidar dos ovos


A maneira correta de conservar os ovos destinados à choca é armazená-los em local seco e fresco. O ideal é colocá-los dentro de uma caixa com areia ou palha bem secas. A ponta fina do ovo deve estar voltada para baixo. A parte mais larga tem uma bolsinha de oxigênio que não pode se romper, portanto, tem que ficar voltada para cima. Deixá-los deitados também não é recomendável, pois a gema pode grudar na casca e matar o embrião. O prazo máximo de armazenamento é de dez dias, pois, para cada dia a mais em que ficam guardados, a percentagem de eclosão diminui gradativamente. Ovos que não foram produzidos no local em que serão chocados, tendo sido transportados, têm de ser deixados em repouso por 24 horas e depois colocados para chocar. Normalmente, quanto maior a distância do transporte, menor a porcentagem de nascimento.

Em aves domésticas, geralmente os ovos deixados no ninho durante a postura não estragam. Se o criador quer que a própria ave que está botando choque, não pode retirá-los. Se fizer isso, terão que ser chocados por uma outra ave ou em uma chocadeira. No caso das galinhas-d'angola, aves semi-selvagens, os ovos são botados em camadas. Isso significa que, a cada postura, a angola coloca uma camada de palha sobre eles. Quando choca, os primeiros ovos não recebem calor suficiente e acabam se perdendo.

É perfeitamente possível trocar os ovos quando a ave está chocando, tomando-se muito cuidado para não assustá-la. Porém, é bom que a operação não seja feita nos primeiros dias pois ela pode abandonar o ninho. Um procedimento bastante utilizado por avicultores é deixar a ave chocando até chegar quase ao momento da eclosão. É feita então a troca dos ovos, colocando na chocadeira os primeiros e deixando a galinha chocar os novos.

Durante o período de choca, é aconselhável que a ave só receba milho e água fresca. Nessa fase, ela fica muito vulnerável ao ataque de piolhos. O criador deve estar atento e, caso perceba a presença do inseto, fazer o combate com inseticida recomendado por um veterinário. O ninho também tem de ficar em local seco e arejado. A partir do momento em que nasce o primeiro pintinho, a ave permanece no ninho por período de oito a 12 horas. Depois, abandona o local, levando a ninhada. Muitas vezes, o avicultor marca na casca a data da postura. Isso deve ser feito com lápis ou pedaço de carvão, nunca com caneta, que pode intoxicar o ovo e matar o embrião.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os mitos e verdades da acne. Entenda e aprenda a se prevenir

Você já deve ter ouvido que chocolate dá espinhas ou que acne é um problema exclusivo de adolescentes, mas também já deve ter percebido que não é bem assim. Ninguém quer ter acne, mas, infelizmente, este tipo de problema pode aparecer em qualquer um e nas horas mais indesejadas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a acne é uma doença da pele, que acomete, só no Brasil, mais de 18 milhões de pessoas entre 13 e 18 anos, número que equivale a quase 80% dos jovens do país. Apesar do grande número de pessoas atingidas, a desinformação sobre o assunto é grande.

Diante de uma, ou várias espinhas, da pele oleosa e dos cravos, o que acontece é que muita gente se desespera e acaba tomando atitudes que podem agravar o quadro da doença. Para piorar, circulam por aí muitas crendices e mitos populares que são um perigo para a saúde da pele.

É por isso que pedimos ao dermatologista Jardis Volpe, que respondesse 15 perguntas sobre o assunto. Confira as respostas e descubra o que é verdade e o que é mentira sobre a acne.

1. O que é a acne?
A acne é uma doença de predisposição genética cujas manifestações dependem da presença dos hormônios sexuais. É por isso que as lesões começam a surgir na puberdade, época em que os hormônios humanos começam a ser produzidos pelo organismo. Os cravos e as espinhas são as manifestações da doença.

2. Qual a diferença entre cravos e espinhas?
Ambos acometem o folículo da pele e são formados por acúmulo de partículas e secreção sebácea que obstruem e dilatam os poros. A diferença é que os cravos são aqueles pequenos pontos escuros ou brancos, representando a acne de grau 1, quando ainda não há inflamação, enquanto que as espinhas ocorrem a partir da acne de grau 2, com pequenas inflamações. A acne pode variar até o grau 4, com espinhas grandes que podem deixar cicatrizes e muitas vezes são doloridas. Os tratamentos cosméticos são apenas eficientes para a acne de grau 1 e 2; a acne mais severa é necessária ser tratada com a ajuda do médico.

3. Acne é coisa de adolescentes?
A acne vulgar, comum tanto em homens quanto em mulheres na adolescência, tende a desaparecer com o fim dessa fase de vida. Porém os cuidados devem ser grandes, a fim de evitar suas principais seqüelas, como cicatrizes ou manchas. Se uma pessoa em idade adulta passa a ter quadros de acne, uma investigação deve ser realizada, levando-se em conta a hipótese de acne por motivos outros como acne cosmética, quando é causada por um produto cosmético, acne medicamentosa, verificando-se os remédios e vitaminas que a pessoa utiliza, ou até mesmo, em casos de mulheres, dosagens hormonais para saber se os hormônios masculinos estão em doses elevadas. Sabe-se hoje que a principal causa de acne em mulheres de idade adulta ocorre por conta do aumento da testosterona, fazendo parte de uma síndrome, a Síndrome dos Ovários policísticos, associados a hirsutismo (aumento de pêlos), aumento de peso e irregularidades menstruais.

4. Ansiedade e estresse pioram a acne?
De uma forma geral, sim. Em situações de estresse, nosso organismo tende a liberar mais neurotransmissores que podem aumentar a sudorese e a oleosidade da pele, além de alterar o perfil de alguns hormônios, como o cortisol, agravando o quadro da acne. Além disso, o estresse baixa a imunidade, fazendo com que o quadro de inflamação piore.

5. Chocolate provoca espinhas?
Até há pouco tempo, a classe médica achava que não, porém, segundo o último Congresso Mundial de Dermatologia, em Buenos Aires, alguns estudos apontaram que chocolates e alimentos com muita gordura saturada ou trans aumentam os níveis de ômega-6 do organismo, gerando mais inflamação e piorando o quadro da acne.

6. Existem medicamentos que desencadeiam o processo acnéico?
Sim. Existem vários medicamentos que podem produzir acne, e nesse caso, o quadro passa a se chamar acne medicamentosa. Em geral, o aparecimento é de repente e em lugares não comuns para a acne vulgar. Tais medicamentos são: iodetos, brometos, corticosteróides, hidrazidas e anabolizantes Deve-se tomar cuidado também com compostos vitamínicos que contenham complexo B, pois em pessoas susceptíveis, eles podem desencadear quadros sérios de acne.

7. Intestino preso e acne têm alguma relação?
De um modo geral, o intestino controla muitas funções da pele, pois secreta diversos hormônios que auxiliam no equilíbrio do organismo e, também, da pele. Pessoas com intestino preso podem sofrer de alterações de absorção de alguns nutrientes ou vitaminas essenciais, importantes para diminuir a inflamação da pele. O intestino preso também não consegue eliminar os radicais livres, moléculas de oxigênio com alto poder destrutivo de células, gerando mais inflamação.

8. O clima interfere na oleosidade da pele?
Sim. Em climas mais quentes e úmidos, a pele pode se tornar mais oleosa, o que pode aumentar o quadro de acne ou, até mesmo, desencadeá-lo. Em climas muito secos ou frios, a pele pode sofrer de ressecamento e irritação, alteração que também pode levar a um quadro de acne, se o indivíduo utilizar produtos oleosos demais para amenizar o ressecamento.

9. Cosméticos em excesso podem prejudicar a pele e causar espinhas?
Sim. Determinados cosméticos podem levar a quadros de acne, mas pessoas que sofrem desse problema cometem um erro sério em tentar remover em excesso a oleosidade da pele, como se isso fosse a única causa das espinhas. Ao tentar remover essa oleosidade, ocorre o efeito rebote, pois a pele tende a produzir mais secreção sebácea para tentar se reequilibrar. O ideal é que produtos que removam a oleosidade sejam usados por peles realmente oleosas.

10. O sol ajuda no combate à acne?
O sol atua como antiinflamatório podendo atenuar o quadro da acne, mas a princípio, banhos de sol não são utilizados como tratamento da acne, pois se houver muita exposição, a pele pode piorar em vez de melhorar.

11. A poluição das cidades aumenta a probabilidade se desenvolver acne?
De um modo geral, pode piorar o quadro por ajudar a deixar a pele mais irritada e inflamada, com propensão a quadros de dermatites ou acne.

12. Limpeza de pele e pomadas resolvem o problema da acne?
A limpeza de pele serve para remover os cravos ou comedões fechados, sendo que as espinhas já inflamadas não devem ser mexidas, uma vez que podem ficar marcadas. Se for uma acne leve da adolescência, o problema pode ser resolvido com limpezas e produtos tópicos adequados. Se for um quadro moderado, com inflamação, podem ser necessários o uso de antibióticos via oral, o uso de lasers e luzes para o tratamentos, como é o caso do MultiWaves – espectro de luz que tem propriedades anti-inflamatórias e melhoram a oleosidade – ou até mesmo o uso de isotretinoina, derivado da vitamina A, via oral. Em casos de acne da mulher adulta, uma investigação hormonal deve ser feita e, se houver suspeita, tratada com medicamentos via oral. Um desses medicamentos é a pílula anticoncepcional, sendo que algumas têm mais efeito que outras nesse caso.

13. É verdade que colocar a mão suja no rosto dá espinhas?
A mão suja pode conter bactérias que podem piorar um quadro de inflamação. Além disso, cutucar as espinhas e os cravos, com a mão suja ou limpa, também piora o quadro de inflamação e pode resultar em marcas e cicatrizes.

14. Espremer espinhas pode?
De forma alguma, pois, como disse acima, cutucar, o que inclui espremer, pode piorar a inflamação também e gerar cicatrizes irreversíveis na pele.

15. A dieta, de forma geral, pode dar espinhas?
Dieta rica em gorduras e alimentos processados podem alterar os níveis de ômega 6 no organismo, gerando um processo inflamatório na pele e piorando a acne. Alimentos como fibras, peixes, azeites ajudam a controlar a inflamação, por ter mais ômega 3.

16. Quem tem espinhas pode usar hidratante no rosto?
Pode usar, desde que haja indicação. Em geral, quem tem acne tem a pele oleosa, e o hidratante pode ser dispensado, mas se quiser usar deve optar por formulações em gel ou loções oil-free.

Lagarto que anda sobre a água

O Lagarto Jesus Cristo ou basílico
O lagarto basílico não se apura quando tem de fugir de um predador: a cada vez que precisa salvar a pele, ele se levanta sobre as patas traseiras e, como que por milagre, corre sobre a água. Os zoólogos, já conheciam a locomoção peculiar do Basilicus plumífrons - um réptil de 90 cm de comprimeto, que vive nas florestas do Panamá, Costa Rica, Honduras e Nicarágua e se alimenta de pequenos insetos e frutas. O que não sabiam era como conseguie a proeza. Jim Glasheen, um estudante de doutorado da Universidade de Harvard, desvendou o mistério: o basílico possui uma fileira de escamas ao redor de cada dedo que aumenta a área da pata, dando-lhe maior estabilidade sobre a linha d'água. Quando a pata toca a água, cria uma bolha dde ar, que ajuda a sustentar o peso do animal. À alucinda velocidade de 20 passos por segundo da tempo do lagarto de pousar a outra pata antes que a bolha estoure.

Quem Veio Primeiro o Ovo Ou A Galinha ?

Essa questão é uma alegoria que transcende sua simples interpretação biológica, podendo ser chamada de paradoxo cíclico de causa e efeito, ou seja, algo de cuja existência depende outra, que por sua vez é a causa da existência de algo, tal como: "O que surgiu primeiro: O Ser Humano ou a Cultura Humana?"

Mas interpretando-a de forma mais literal, é curioso que Criacionismo e Evolucionismo apresentam respostas claras e divergentes, diferente do senso comum que normalmente vê a questão como sem solução.

Pela Bíblia, tudo leva a crer que a Galinha, assim como os outros animais ovíparos, passou a existir em primeiro lugar, no ato da Criação, já com a capacidade de botar ovos. Portanto, pelo ponto de vista Criacionista temos a Galinha como antecessora do Ovo.

Pelo ponto de vista Evolucionista, sabemos que ocorreu todo um processo de evolução até que determinados animais que já nasciam de ovos, viessem a se transformar nas aves, incluindo o animal que mais tarde, graças a intervenção humana, viria a constituir em nossa conhecida Galinha. Sendo assim, o Ovo, por ser mais antigo na natureza, antecede a Galinha, e mesmo às aves, os dinossauros e peixes, tendo evoluído simultâneo às espécies como elemento integrante do sistema reprodutor.

Ovos e Galinhas podem render bastante discussão entre Criacionistas e Evolucionistas.

Em palestras do Dr. Duane T. Gish em Brasília, minha cidade, que tive o prazer de acompanhar, o bem humorado criacionista fez uma brincadeira com a idéia do Super Átomo Primordial que seria matriz do Big Bang, chamando-o de "Ovo Cósmico". Alegando então que ninguém sabe dizer exatamente de onde teria vindo este "Ovo", ironizou que alguns sugeriram uma "Galinha Cósmica".

Não sei se outros pensaram assim mas me veio imediatamente a idéia de que chamaram Deus de Galinha. O que poderia até fazer um certo sentido, talvez Deus viva percorrendo o UNIVERSO chocando Universos por toda parte.

Brincadeiras à parte, o que pretendo abordar aqui é na verdade as alegações criacionistas de que não haveriam evidências para espécies transicionais ancestrais das aves. A maioria dos Criacionistas insiste que o Evolucionismo propõe surgimentos bruscos de espécies novas, ou seja, que de repente de um ovo de réptil tivesse surgido a primeira ave, completa, como as conhecemos hoje. Alguns inclusive, num espírito satírico, dizem que deve ter sido um tremendo susto para a mamãe réptil ter tido um filhote ave!

Curiosamente o surgimento das aves talvez seja o capítulo da Evolução mais bem documentado pela evidência fóssil, só perdendo talvez para a evolução Humana. As aves evoluiram, agora já se sabe, diretamente dos dinossauros, como vários fósseis transicionais demonstram, e as descobertas mais recentes que levaram a essa conclusão alteraram radicalmente e em poucos anos o modo como concebemos os grandes "répteis" do passado.

Tomei como base para este texto a brilhante reportagem da Scientific American de Abril de 2003, que apresenta a matéria de capa "Penas de Dinossauros".

QUE "PENA" PARA SPIELBERG
Se o famoso filme Jurassic Park fosse refilmado hoje de acordo com as novas descobertas teria que sofrer alterações drásticas, principalmente pelo fato que muito provavelmente os dois grandes astros digitais do filme, o Tiranossaurus Rex e o Velociraptor, teriam que ser recobertos de penas!

Quanto ao Velociraptor isso já é praticamente certo. A presença de penas em algumas espécies de dinossauros clareou ainda mais as suas relações com as aves, e a descoberta de fósseis mais recentes permitiu montar um quadro bem mais claro dos estágios evolutivos que levaram ao surgimento das aves.

Antes o Arqueopterix era o melhor exemplo de fóssil transicional entre dinossauros e aves, agora perdeu esse lugar para o Microraptor, descoberto em 2002 na China, e que apresentava 4 asas, ou seja, tinha não só braços mas também pernas aladas.

Mas o Microraptor e o Arqueopterix são apenas dois entre dezenas de exemplos documentados por evidência fóssil de espécies que possuem tanto características de Dinossauros, que ainda consideramos répteis, quanto de aves. Muitas destas espécies eram muito provavelmente dotadas da habilidade de planar, um pré-vôo, assim como o são muitas das espécies atuais mais exóticas encontrados em locais mais remotos do mundo.

Assim, além destes, criaturas como o Sinornithossauro ou o Enantiornithines são o que podemos chamar de Espécies Intermediárias entre Dinossauros (répteis), e Aves. As mesmas espécies intermediárias, ou Transicionais, que os Criacionistas insistem em dizer que nunca existiram.

QUE "PENA" PARA O CRIACIONISMO
Um dos baluartes argumentativos do Criacionismo contra a Evolução é alegar a ausência de fósseis transicionais, ou seja, que representam animais que reuniam características de dois grupos diferentes, no caso, Répteis e Aves.

Pelo Evolucionismo, a Aves teriam evolúido dos Répteis, havendo então uma continuidade entre essas duas classes de animais. Porém, os animais intermediários estão extintos, razão pela qual as duas classes parecem bastante separadas uma da outra. Os répteis seriam a classe mais antiga, tanto que se encontram fósseis de mais de 65 milhões de anos, o que não ocorre com as aves, cujos fósseis são bem mais recentes.

Desde Darwin, previu-se que fósseis destas espécies deveriam ser encontrados, o que confirmaria fortemente a teoria. E aqui está o pomo da discórdia, pois a existência destes fósseis é de vital importância.

A absoluta maioria da comunidade científica não tem nenhum resquício de dúvidas em afirmar que centenas fósseis transicionais incluindo entre répteis e aves já foram encontrados, estudados e catalogados, constituindo confirmação inegável da Teoria da Evolução.

Descobertas recentes feitas na China presentearam os cientistas com diversas espécies intermediárias que permitem agora uma visão muitíssimo mais clara do processo evolutivo

Mas não é assim que pensam os Criacionistas, que simplesmente negam essas evidências com um curioso argumento de Descontinuidade.

O ARGUMENTO DA DESCONTINUIDADE
Havendo ligação transicional entre Répteis e Aves, a evolução é confirmada, mas caso Aves e Répteis estejam isolados, sem uma ligação contínua de espécies entre eles, a Teoria da Evolução ainda não teria sido confirmada pela evidência fóssil. Dessa forma, para evitar admitir a confirmação da Teoria, os Criacionistas alegam que os fósseis encontrados são Aves, OU são Répteis, pertencendo a uma classe ou outra, e não a um estágio intermediário.

É preciso recorrer então aos motivos que levam-nos a classificar as Aves e Répteis de hoje em classes distintas. Vamos citar apenas 3 características de cada grupo.

AVES: Tem penas, são bípedes, tem bico (não tendo dentes, ou tendo dentes minúsculos).

RÉPTEIS: Tem pele escamosa ou rugosa (não tendo penas), são quadrúpedes ou ápodes (cobras), tem dentes.

Não há exemplos vivos que desafiem essa classificação abertamente. Não se conhece aves que andem em 4 patas ou répteis com penas, porém, os fósseis das espécies transicionais claramente reúnem em um mesmo animal algumas destas característias, além de várias outras mais sutis.

O famoso Arqueopterix por exemplo, assim como outras espécies extintas já descobertas, apresenta penas e dentes. Não se conhece atualmente aves com dentes grandes como os do Arqueopterix. Mas algumas destas espécies extintas inclusive apresentam uma curiosa mistura de Bico e Grandes Dentes, bem como escamas e penas.

O Microraptor apesar das penas é claramente quadrúpede, ou ao menos predominantemente, tal como um esquilo, podendo ficar em pé sobre as patas traseiras, mas andando em 4 patas.

E o mais curioso, é que os próprios Dinossauros, apesar de seu nome originalmente significar "Répteis Terríveis", eram em grande quantidade bípedes!

É claro que o Criacionista tem todo o direito de alegar que todas essas criaturas deveriam ser enquadradas na classe dos "Dinossauros", que não seriam exatamente Répteis nem Aves. Como analogia frequentemente cita-se o Ornitorrinco, que apesar de ter mamas e bico, não é necessariamente uma espécie intermediária entre Aves e Mamíferos.

Sem entrar no mérito sobre os Ornitorrincos, basta lembrar que esta é uma espécie encontrada num continente bastante afastado da Eurásia e África, onde, como prevê a Teoria da Evolução, as espécies tenderiam a se diferenciar das espécies de outros continentes, percorrendo caminhos evolutivos imprevisíveis.

Porém a maior parte dos fósseis encontrados, bem como répteis e aves do presente, vieram de um mesmo continente, tendo inclusive coexistido durante algum tempo. Além disso, diferente do Ornitorrinco ou da Équidna, há tantos fósseis que misturam caracteristicas de répteis e de aves que é possível ordená-los numa ampla escala transitiva.

Cientistas evolucionistas separaram dezenas de espécies extintas mas com evidências fósseis em 5 Estágios transitivos, onde pode-se notar uma maior presença de características de aves a medida que se avança na escala.

As penas desepenham uma papel importante nessa escala, sendo bastante rústica como um mero cone oco, e similares a escamas, no Estágio 1, onde há exemplares como o Allossauóides, mas se tornando cada vez mais elaboradas até que no Estágio 5, onde está o Arqueopterix, já são bastante parecidas com as penas das aves atuais.

Mas a capacidade sofistmática humana é ilimitada, e razão é meramente uma espada que pode ser usada para qualquer fim. Os criacionistas podem muito bem alegar a hipótese razoavelmente válida de que todas essas espécies estão isoladas umas das outras, tendo surgido separadamente num ato de criação Divina ou mediante Avançada Tecnologia Alienígena Extraterrestre.

Evidentemente, trata-se de uma hipótese não testável, que sempre poderá alegar a descontinuidade não importa quantas fases de transição possamos demonstrar. Esse mesmo argumento poderia alegar que as cores Vermelha e Amarela nada tem haver uma com a outra, sendo fenômenos descontínuos, enquanto outros dizem que elas fazem parte de um mesmo espectro originado da Luz Branca. Se então lhes mostrarmos como prova de que elas fazem parte do mesmo fenômeno, a existência da cor Alaranjada, ele simplesmente dirão que esta á apenas uma outra cor isolada, e se mostrarmos um Alaranjado Avermelhado, bem como um Amarelo Alaranjado, poderão alegar que são outras cores distintas.

Portanto, o argumento da Descontinuidade é um tipo de Tautologia, uma afirmação que se mostrará verdadeira em qualquer situação. Havendo evidências fósseis transicionais ou não, o Argumento funciona do mesmo jeito, havendo níveis de cor intermediário entre Vermelho e Amarelo ou não, não faz diferença.

Poderíamos mostrar um milhão de espécies intermediárias cronologicamente ordenadas entre o Euornithes, possivelmente a espécie transicional do Estágio 5 mais próxima de aves atuais, e um Tucano, que aliás é um tanto parecido. Mas não importa! Os Criacionistas simplesmente alegarão que são um milhão de espécies isoladas que não tem qualquer parentesco umas com as outras.

Não importa que mostremos que o DNA de cada uma dessas espécies é progressivamente similar. Eles podem alegar que espécies similares teriam DNAs similares porque Deus usou um padrão similar de criação, ainda que os DNAs compartilhem também falhas e lixo genético inúteis.

Não importa que mostremos um gradiente de mil cores entre o Vermelho e o Amarelo, como forma de demonstrar que todas fazem parte da mesma matriz de luz. Eles poderão alegar que são mil cores distintas que vêm de matrizes diferentes.

UM OVO DURO DE QUEBRAR
A máxima Criacionista de que jamais foram encontrados fósseis para confirmar a evolução é, SEM SOMBRA DE DÚVIDA, a mais gritante de todas as inverdades. Não só já foram achados inúmeros fósseis de espécies transicionais, como continua-se achando todos os meses, como as leituras de DNAs residuais ajudam a esclarecer a ligação entre essas espécies.

Mesmo assim os Criacionistas continuam a afirmar incansavelmente que jamais foram achados tais fósseis, é uma idéia fixa e insensível a qualquer argumento ou evidência. O motivo é até compreensível, pois cultivar essa ilusão é vital para eles.

A evidência fóssil é provavelmente a maior de todas as evidências da evolução, ela demonstra pouco a pouco os ramos perdidos da árvore evolutiva da vida, e fornece indicações de onde e como procurar novas pistas. Se dobrarmos a quantidade de evidências fósseis, o que é quase certo que irá ocorrer, é bem provável que a maior parte de todo o processo evolutivo ocorrido na Terra fique esclarecido. Com os avanços nos métodos de leitura do DNA, não demorará muito até conseguirmos traçar um desenho ainda mais preciso de como a vida se desenvolveu.

Mas nada disso irá mudar a opinião dos Criacionistas, eles estão encerrados numa visão de realidade determinada pela sua interpretação literal da Bíblia, recheada de apelos a eventos que não podem ser jamais verificados e que jamais deixaram vestígios. Vivem num mundo particular, restrito, e tão limitado quanto um Ovo, de couraça indestrutível a qualquer forma de evidência ou argumento.

Protegidos pela casca do argumento tautológico e infalseável da descontinuidade, eles podem viver tranquilos em seus domínios teológicos e quem sabe felizes em seu universo de poucos milhares de anos, na maioria dos casos, onde a própria história tem data marcada para terminar.

Quem quiser entretanto, pode sair de seu ovo, e descobrir um Universo muitíssimo maior, de bilhões de anos-luz de distância, com um futuro ilimitado pela frente, e abrindo as asas da mente, voar pelos ares do conhecimento e das possibilidades.